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Ale Nagado

Anohana

Uma tocante história sobre uma amizade que transcende a morte.

Em uma pequena casa abandonada, no meio de uma floresta, um grupo de seis crianças se reúne para brincar e sonhar. Seu clubinho secreto se chama Super Peace Busters (ou "Chô-Heiwa Busters"), um nome que eles próprios não sabiam direito o que significava. Um forte laço de amizade une os pequenos Jinta Yadomi (apelidado "Jintan"), Meiko Honma (a "Menma"), Naruko Anjô (a "Anaru" - apelido que ela odeia, porque lembra a pronúncia japonesa para "anal"), Atsumu Matsuyuki (o "Yukiatsu"), Chiriko Tsurumi (a "Tsuruko") e Tetsudô Hisakawa (o "Poppo"),


Mas a inocência da infância é destruída quando uma das crianças morre em um trágico acidente. Com a morte da frágil e alegre Menma, o grupo acaba se separando e suas vidas tomam rumos distintos. Com o passar dos anos, cada um se torna aparentemente uma pessoa muito diferente do que era.


Jintan, o outrora animado líder do grupo, também perde a mãe e se torna um estudante cada vez mais relapso, indo parar em uma escola mal conceituada no colegial. A certa altura, desiste de frequentar a escola, até que um dia, Menma aparece em sua casa, cerca de 10 anos após sua morte.


Ela parece ter crescido normalmente, mas ainda fala com jeito de criança. A menina aparece apenas para Jintan, que a princípio acredita estar delirando. Menma diz que voltou porque precisa realizar um desejo, mas se esqueceu do que se trata. Jintan sente um enorme remorso em relação a Menma, pois ele a magoou antes do acidente fatal e nunca teve chance de pedir desculpas.

Menma: Uma última missão a cumprir.

Aos poucos, os outrora amigos vão se reunindo novamente para tentar desvendar o mistério do suposto retorno de Menma. Nem todos acreditam que Menma tenha voltado do além e há quem queira manipular a situação. O que vai sendo revelado é que não apenas Jintan, mas todos possuem sentimentos mal resolvidos de culpa com relação à Menma.


Mais do que um desejo, Menma parece ter uma missão a cumprir antes de descansar em paz e sua interferência irá afetar profundamente os cinco jovens, confrontando cada um com sentimentos sufocados e mágoas suprimidas.


O título Anohana é a contração de Ano Hi Mita Haná no Namae wo Bokutachi wa Mada Shiranai, que é traduzido como "Ainda Não Sabemos o Nome da Flor Que Vimos Naquele Dia."

A história surgiu originalmente na forma de contos ilustrados na revista Da Vinci, da Ed. Media Factory, com texto da roteirista Mari Okada. A história foi um grande sucesso e depois foi compilada no formato light novel (romance ilustrado), em dois volumes. Uma versão em animê para TV com 11 capítulos foi produzida simultaneamente em 2011 pelo estúdio A-1 Pictures. Com uma bela animação e uma direção sensível e envolvente, é uma pequena obra de arte. Sem batalhas, com um tema pesado conduzido de forma leve, é o tipo de série que somente encontra viabilidade comercial no Japão, que tem uma cultura de ver dramas - como novelas - em formato animê.


O mangá somente viria em 2012, através de uma série publicada na revista Jump Square, da editora Shueisha. No mesmo ano, a empresa Guyzware lançaria um jogo para PlayStation Portable, no formato visual novel (jogo que segue uma história, com texto, música e imagens). Em 2013, a A-1 Pictures lançaria um longa em animê com direção de Tatsuyuki Nagai.


Tendo boa repercussão em todas as mídias pelas quais passou, Anohana também ganhou versão live-action, na forma de um drama em longa-metragem para TV exibido em 2015. Tanto o filme live-action quanto a série original estão disponíveis legendados em português no portal Crunchyroll.


Quando o animê original completou 10 anos, a autora Mari Okada anunciou uma continuação, mostrando os personagens já adultos. Uma imagem foi divulgada, mostrando os personagens com seus novos visuais, exceto Menma, que aparece conforme retratada na série original. No evento principal, realizado em agosto de 2021, foi feita uma leitura da nova história, como um áudio-drama, com a interpretação dos atores vocais originais. A peça foi transmitida em uma live de acesso pago, que ficou disponível por um curto período de tempo.


A história de Anohana é poderosa, falando sobre infância, amadurecimento, amizade, perda e redenção. Com personagens falíveis, inseguros e muito sentimento, a história dessas seis crianças fala diretamente ao coração do leitor, criando uma experiência de leitura rica e intensa.


Reflexão sobre religião e o transcendental


Agora, vale uma reflexão um pouco além do enredo propriamente dito. A história fala para o público japonês médio, familiarizado com a ideia de reencarnação, presente no Budismo. Isso não significa que um cristão não possa ver e se emocionar, basta encarar como fantasia. Aliás, a própria obra se apresenta como uma história de fantasia, não um drama realista.


Não há nada de doutrinário na trama, feita para um público que não tem como referencial de crença religiosa o Cristianismo. Dito isso, vale ressaltar que a história fala sobre amizade, perdão, sobre lidar com sentimentos de perda e culpa, tudo conduzindo a um amadurecimento sofrido, mas necessário.


Quando os jovens dizem adeus à Menma, estão deixando, finalmente, os traumas de infância para trás. É uma narrativa poderosa e ligada a aspectos psicológicos do amadurecimento, e não a uma visão religiosa específica.


É difícil não se emocionar com o enredo e sua condução tecnicamente impecável. Mesmo que você, assim como Menma, já não pertença mais a este mundo. Anohana - Ainda não sabemos o nome da flor que vimos naquele dia Título original: Ano Hi Mita Hana no Namae wo Bokutachi wa Mada Shiranai (あの日見た花の名前を僕達はまだ知らない。

Roteiro e arte: Mitsu Izumi História original: Cho-Heiwa Busters (Mari Okada) Tradução: Naguisa Kushihara Formato: 13,5 x 20,5 cm, com 216 páginas Total de volumes: 3 Lançamento no Brasil: Editora JBC (2016) - Também disponível em formato digital. - Classificação indicativa: Livre



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