Do mundo dos sonhos para a realidade, as aventuras de uma princesa moderna.
Kokone Morikawa é uma adolescente otimista e sempre animada. Perdeu a mãe quando era pequena, e vive com seu pai, Momotarou, que é um homem um tanto fechado, mas extremamente inteligente e de grande coração. A garota, que vive cochilando, tem sonhos recorrentes onde ela se imagina a princesa Ancien, de Heartland um reino altamente tecnológico.
Nascida com poderes mágicos, Ancien (mais jovem do que Kokone) consegue dar vida a máquinas ao canalizar seu poder através de um tablet. E por causa dela, dizem, um enorme e perigoso monstro ataca periodicamente o reino, sendo confrontado por robôs de combate pouco eficazes.
No mundo real, aproximam-se as Olimpíadas de Tokyo, e isso irá desencadear uma série de acontecimentos envolvendo o pai de Kokone. Sem saber o motivo, seu pai é preso e um homem misterioso, ligado a seu avô, começa a buscar um tablet com importantes registros industriais. Em desespero, Kokone consegue a ajuda de Morio, um amigo de infância e, aos poucos, descobre que seus sonhos podem ajudar a resolver o mistério que ronda seu pai.
Lançada em 2017, a trama se passa em 2020, às vésperas das Olimpíadas de Tokyo que, como sabemos, foram transferidas para 2021 devido à grande pandemia do Covid-19. Algumas vezes, a realidade supera a mais fantasiosa ficção.
Publicada originalmente no Japão pela Kadokawa Comics Ace, esse mangá é uma adaptação de um longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Kenji Kamiyama. Além do mangá que foi compilado em dois volumes, o mesmo enredo foi vertido em romance literário pelo próprio Kamiyama. Veterano bastante respeitado, o diretor trabalhou em 009 RE: CYBORG, CYBORG 009 CALL OF JUSTICE, Ghost In The Shell - Stand Alone Complex e na adaptação do mangá ULTRAMAN para a Netflix, entre outras obras.
A arte de Hana Ichika é eficiente, com um traço elegante e bem construído. A narrativa às vezes fica um pouco truncada, mas nada que atrapalhe. Na verdade, o único problema a se apontar é que a impressão, apesar de boa, deixou um excesso de efeitos "moiré" (leia "moarê"), aqueles padrões de texturas involuntárias semelhantes a grades que acontecem devido ao posicionamento dos pontos das retículas (muito usadas no mangá para criar tons de cinza e texturas). Provavelmente, isso aconteceu no processo de redução das artes para a edição brasileira. No começo, incomoda um pouco, mas não chega a ser um grande problema.
Com seu enredo ágil e algumas reviravoltas muito interessantes, Napping Princess é um mangá para ser lido de um fôlego só. Um bom entretenimento, com uma história despretensiosa e personagens muito simpáticos. Ideal para relaxar e, como a protagonista, sonhar com uma outra realidade, nem que seja pelo tempo de uma agradável soneca. FICHA TÉCNICA
Título: Napping Princess - A Minha História Que Eu Não Conhecia Título original: Hirune Hime - Shiranai Watashi Monogatari ~ ひるね姫 〜知らないワタシの物語 (2017) Obra original: Kenji Kamiyama Adaptação e arte: Hana Ichika Tradução: Karen Kazumi Formato: 13 x 18 cm, com 136 (vol. 1) e 200 páginas (vol. 2) Total: Dois volumes Lançamento no Brasil: Editora NewPOP (2019) Classificação indicativa: 14 anos
::: E X T R A :::
"Daydream Believer" Composição: John Stewart Letra em japonês: ZERRY (Kiyoshiro Imawano) Intérprete: Mitsuki Takahata - O tema do filme é "Daydream Believer", versão de um clássico de 1967 do grupo americano The Monkees. Uma canção adorável e eterna.
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