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Boletim Sushi POP 78

Nesta edição: Ultraman e o movimento Woke, o destino do Studio Ghibli, Bardender, cultura Otaku, McDonald´s e mais!

Uma nova animação do Ultraman, pela Netflix.

1) EDITORIAL: ULTRAMAN AGORA SERÁ "WOKE"


A Tsuburaya Productions, que detém a franquia Ultraman, enviou mensagem aos inscritos do portal Ultraman Connection, dizendo que há um clamor dos membros para que a franquia expanda a diversidade do fandom. Aqui, o trecho do comunicado que aborda o assunto: "Members express a desire to expand the fandom’s diversity, branching out to appeal to more women and non-binary folks. Some theorize that the upcoming Netflix ULTRAMAN film will draw in some new faces, and we have a feeling they’re going to be right."


A única franquia que tem se mantido fora da cultura woke vai mudar sua abordagem e já sinalizou que a próxima versão, um longa em CGI que está sendo produzido pela Netflix, irá de encontro a uma diversidade sexual. E isso levando em conta que algumas produções Ultra já apresentaram personagens e situações que se encaixam na diversidade como ela é entendida politicamente hoje, mas sempre de forma discreta e secundária em relação às histórias. Agora, poderão levantar bandeiras e engajar personagens mais diretamente nas "questões de gênero", já que se referiram aos "não-binários".


O teor de mensagem dá a entender que isso será feito primeiro na produção da Netflix, mas não se sabe se isso irá impactar os live-actions, feitos primariamente para o mercado japonês. O maior mercado estrangeiro para os super-heróis da Tsuburaya é a China, com um governo que não vê com bons olhos a militância da diversidade sexual. O estúdio japonês pode estar caindo na lorota contada por empresários e ativistas de que uma série ou filme, para ser bem aceito no ocidente, deve abraçar a bandeira da diversidade, mas certamente terão receio de perder público na China.


Será mesmo que, se Ultraman abraçar ideologias identitárias, quem achava bobo um super-herói gigante lutando contra monstros agora vai achar relevante e se tornar consumidor dos produtos e dar audiência? Dificilmente, mas isso não importa, visto que a cultura woke visa a dominação cultural totalitária sobre cada nicho, cada segmento, cada recanto, cada alma. Basta ver o estrago que tem sido feito em filmes, séries e quadrinhos americanos para dimensionar o estrago que esse movimento tem causado na indústria do entretenimento. Uma parcela considerável do público está cansada da cultura woke, mas o público ocidental (especialmente brasileiro) da franquia Ultra é relativamente pequeno, se comparado com Kamen Rider. Então, talvez tudo isso passe batido para o grande público e incomode somente quem realmente se importa com esses personagens.


[Nota: Diferente das notícias e dicas contidas no Boletim, que são bem objetivas, o Editorial é a opinião pessoal do proprietário do Blog, que pode ser diferente da opinião dos parceiros, amigos e colaboradores.]


2) Bartender, um animê para adultos:


Uma produção anunciada que vale a pena ficar de olho é Bartender - Kami no Glass (ou "Bartender - Glass of God"), baseado em mangá de Joh Araki (roteiro) e Kenji Nagatomo (arte). Conta as histórias de cotidiano de Ryu Sasakura, um barman habilidoso, capaz de indicar e preparar sempre a melhor bebida para seus clientes, conforme seu estado emocional.


Com grande sucesso junto ao público seinen (jovens adultos do sexo masculino), a obra gerou spin-offs, uma série em animê em 2006 e um dorama em 2011. É classificado como obra para adultos por lidar com bebidas alcoólicas, não por algum teor violento ou sexual. A nova versão em animê de Bartender estreia no Japão em abril de 2024. Confira o primeiro trailer, divulgado recentemente pela distribuidora Toho Animation:

3) A cultura OTAKU no Bacon Podcast:

Na semana passada, estive no Bacon Podcast para mais um papo sobre cultura pop japonesa. Desta vez, falamos sobre o significado e os assuntos relacionados ao termo OTAKU. O sentido original, as tentativas de se amenizar a imagem negativa e os problemas sociais relacionados ao assunto no Japão.

Originalmente, a gravação seria nesta semana, mas aconteceram alguns imprevistos e antecipamos a conversa. Na hora, tive vários problemas técnicos, pois minha conexão caiu uma dúzia de vezes, mas o pessoal foi super paciente comigo. Muito obrigado ao Lucas, Bruno e Fernanda, por me receberem no Bacon Podcast pela quarta vez. O programa também será transmitido na terça (dia 26) às 20h00, na programação da Shock Wave Radio.


4) O Studio Ghibli sob nova direção:

"The Boy and the Heron", de Hayao Miyazaki. (2023)

Dias atrás, foi divulgado no Japão que a emissora Nippon TV comprou 42,3% das ações do Studio Ghibli, fundado pelos diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata em 1985. Com essa aquisição, a emissora japonesa passa a ser, efetivamente, a sócia majoritária do estúdio, com poder sobre todas as decisões da empresa.

Os atuais diretores, Hayao Miyazaki e Toshio Suzuki contam atualmente, com 82 e 75 anos de idade, respectivamente e não tinham opção para sucessores. Inicialmente, o cargo de Presidente foi oferecido ao diretor Goro Miyazaki, filho de Hayao Miyazaki, mas este recusou devido ao peso da responsabilidade.


A ideia de abrir a sociedade foi uma forma de garantir a continuidade da empresa. O novo Presidente, que irá tomar posse em outubro, é Hiroyuki Fukuda, chefe da Nippon TV, que já anunciou que irá manter Hayao Miyazaki como "Presidente Honorário".


Ainda não se sabe os impactos que isso irá causar nas futuras produções, mas já se sabe que o canal irá exibir, ao longo do tempo, todo o catálogo de filmes do Ghibli. Enquanto isso, o mais recente filme do estúdio, The Boy And The Heron, já começou sua exibição fora do Japão, com uma premiere no Canadá, no último dia 7 de setembro. [Boletim 73]


5) Comercial do McDonald´s em animê causa polêmica:

No último dia 20, a filial japonesa do McDonald´s lançou um novo comercial em animê e divulgou em sua conta oficial no X/Twitter. O vídeo, que mostra uma família em um clima aconchegante, viralizou no ocidente, especialmente nos EUA. Muita gente apontou que a animação joga um olhar terno sobre uma família tradicional, algo que incomoda os militantes woke e suas agendas revolucionárias.

Comerciais assim não são incomuns no Japão, conforme já mostrado aqui no Sushi POP: - Marukome: Animê, Publicidade e Família


::: TOME NOTA :::


>>> O Canal Túnel do Tempo TV irá realizar uma live sobre Lion Man (as duas séries clássicas) no próximo dia 5 de outubro, às 20h30. Logo será postado o link de espera. Falaremos um pouco sobre a História do Japão, o cinema chanbara, a P-Productions, o criador Souji Ushio e muito mais.


>>> Está em pré-venda na Amazon o mangá A Lenda de Musashi, sobre a vida de Miyamoto Musashi, o mais lendário espadachim da História do Japão. É um título que merece um olhar atento, pois é uma obra de grandes mestres, com roteiro de Mamoru Sasaki (Iron King) e desenhos de Goseki Kojima (Lobo Solitário). O lançamento é da editora Pipoca e Nanquim.


>>> Para quem estiver em São Paulo (capital) no dia 4 de outubro (quarta-feira), poderá conferir mais uma edição do Cinema e Mini Bazar na sede do Bunkyo - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social. Com entrada franca, será exibido às 13h o filme japonês Aristocrats (2016). Confira maiores detalhes e informações: - Cinema e Mini Bazar (04/10)

 
 

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