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Ao Redor do Sol

Um mangá brasileiro sobre os dramas da imigração japonesa.

A arte de Talessak.

Em 18 de junho de 1908, chegou ao Brasil o primeiro de muitos navios trazendo imigrantes japoneses para trabalhar na lavoura. O Japão passava por um momento ruim na economia, e para sobreviver, muitas famílias se lançaram a terras distantes em busca de uma vida melhor. O Brasil foi o país que mais recebeu imigrantes japoneses, que viveram inúmeras dificuldades, uma saga de sacrifícios, esforço e muita união das famílias que aqui chegaram para lutar por uma vida digna.


Um pedaço dessa grandiosa história foi contado em uma singela história em quadrinhos nacional influenciada pelos traços do mangá. É o quadrinho Ao Redor do Sol, obra da autora Talessak, ou Talessa Kuguimiya, que se baseou em relatos de família, especialmente os narrados por sua avó materna, a personagem central da narrativa.


Através do ponto de vista da pequena Rosa Miriko Satake, é contada a sofrida história de uma família de imigrantes e sua relação com a comunidade da região onde viviam, no oeste paulista da década de 1930. Nascida em uma grande e harmoniosa família, mas vivendo em um período conturbado no país, Rosa conheceu a crueldade e o preconceito, mas também se fortaleceu com o amor e a resiliência que conheceu em seu lar.


Com riqueza de detalhes, são relatadas várias humilhações e agressões que os imigrantes e suas famílias sofreram em algumas regiões do país, notadamente no período da Segunda Guerra Mundial (1939~1945) e nos primeiros tempos do pós-guerra.


Oriundos de um país considerado inimigo, os japoneses residentes no Brasil foram proibidos de falar seu idioma, bem como se reunir em associações, tendo sofrido vários tipos de agressão e desrespeito. Como se já não fosse pouca coisa ter que se adaptar e trabalhar em um país com clima, idioma, hábitos alimentares e educação tão diferentes de sua terra natal.

A narrativa é cadenciada, envolvente e traz muito sentimento à história. Em termos de arte, é perceptível que a autora está em processo de amadurecimento de seu traço; que ainda tem muito a evoluir, mas já apresenta uma narrativa segura. A delicadeza das imagens confere ainda mais peso dramático quando a situação exige, e a leitura flui muito bem.


Uma experiência sensorial extra que foi adicionada é a trilha sonora, que pode ser acessada através de códigos QR que aparecem em algumas páginas. Os links apontam para vídeos com pequenas animações de Talessak e peças instrumentais da violonista e compositora Karla Dallman.


A obra foi concretizada ao ser aprovada em edital cultural do Governo do Estado de São Paulo e contou com o apoio institucional da associação Bunkyo e do Museu Histórico da Imigração Japonesa.


Mais do que uma boa história em quadrinhos, Ao Redor do Sol é um importante registro histórico e um verdadeiro manifesto sobre o valor da família, das tradições, do respeito ao próximo e a importância da solidariedade entre as pessoas.

AO REDOR DO SOL

Roteiro e arte: Talessak

Prefácio: Celina Yamauchi


Formato: 14,7 x 20 cm, com 224 páginas

Total: Volume único

Lançamento: Minski Editora (2022)

Classificação indicativa: 12 anos Compre aqui

Site da autora: www.talessak.com

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