Patlabor
- Ale Nagado

- 21 de ago.
- 6 min de leitura
Atualizado: 25 de ago.
Uma série sobre o cotidiano de uma unidade policial armada com robôs gigantes.

Por Bruno César [ * ]
Os mangás e animês são produtos japoneses reconhecidos mundialmente por suas qualidades narrativas, personagens marcantes e, sobretudo, pela variedade de gêneros que apresentam. Entre os mais queridos em seu país de origem, está o gênero mecha, que apresenta robôs gigantes em combate, geralmente pilotados por humanos. Destacam-se neste gênero títulos como Mazinger Z, Mobile Suit Gundam, Macross, entre outros. Em 1988, surge um novo mangá que trouxe uma nova perspectiva ao gênero: Patlabor – The Mobile Police.
Criado pelo coletivo de artistas: Masami Yuki, Yukata Yzubuchi, Mamoru Oshii, Kazunori Itō e Akemi Takada, cujo pseudônimo é Headgear, o mangá foi publicado semanalmente na revista Shonen Sunday da editora Shogakukan entre março de 1988 e maio de 1994, rendendo um total de 22 volumes.

Patlabor se diferenciava dos demais título do gênero, pois apresentava o cotidiano de uma equipe de policiais que usavam robôs para combater o crime, enquanto a maioria das outras séries mostravam robôs combatendo ameaças espaciais.
Com o sucesso do mangá, Patlabor logo ganhou sua primeira versão em animê diretamente para vídeo (OVA) em um total de 7 episódios lançados entre 1988 e 1989, com o título: Patlabor: The Early Days (ou Patlabor: Os Primeiros Dias). Ainda em 89, ganha sua primeira série animada para a televisão, sendo conhecida como Patlabor: The TV Series, exibida pela TV Tokyo entre 1989 e 1990 com um total de 47 episódios.
A trama se passava no, até então, futurístico ano de 1998, quando os robôs, chamados como labors, tornaram-se parte do dia a dia das pessoas, sendo utilizados na realização dos mais variados tipos de trabalhos pesados. Com a popularização dos labors, surgem pessoas inescrupulosas que os utilizam para cometer crimes e ameaçar a sociedade.
Para combater tais criminosos é criada uma divisão no Departamento de Polícia de Tóquio especializada no uso dos labors, assim como na luta contra quem os utiliza para fazer o mal. O foco maior está nos integrantes do 2º Comando que age sob às ordens do Capitão Kiichi Goto, uma figura aparentemente tranquila, que está sempre ao lado da Capitã Shinobu Nagumo, por quem parece ter algum interesse amoroso.
O primeiro episódio tem início com o 2º Comando em uma missão de parar um bêbado que pilotava um labor sem controle pela cidade, fazendo grandes estragos. A bordo do robô da polícia estava o agitado oficial Isao Ohta Fukuda, que acaba passando vergonha durante o combate e termina com seu labor danificado. O chefe de manutenção dos labors era o Sr. Seitaro Sakaki, que estava sempre discutindo com Fukuda por seu temperamento impulsivo, resultando em danos nos robôs durante as missões.

Logo chega ao Departamento de Polícia a jovem Noa Izumi, que pretendia se juntar ao trabalho do 2º Comando. Ao mesmo tempo, um grupo criminoso rouba o novo labor da polícia, denominado Ingram 1, transportando-o pela cidade em um guincho. Ao saber do fato, a corajosa Noa passa a perseguir o criminoso usando uma pequena moto, enquanto os demais oficiais usam seus veículos de trabalho.
Chegando ao esconderijo dos ladrões, Noa passa a pilotar o robô Ingram 1, a quem apelidou como Alphonse, lutando contra outros labors dos criminosos. O nome que deu ao robô é uma homenagem a um cachorro que teve na infância. Mesmo sem muita experiência, mostra habilidade ao conduzir o novo robô, passando a integrar o 2º Comando.
Outros membros da polícia que se destacam na série são Asuma Shinohara, filho do dono da Complexo Shinohara, fabricante de labors. Kanuka Clancy, recém-chegada dos Estados Unidos para fazer um estágio de seis meses no 2º Comando, pilota de labors que torna-se uma espécie de rival de Noa. Ainda os oficiais Mikiyasu Shinichi, Hiromi Yamazaki, Tsutomu Gomioka, Takahiro Matsui e Shigeo Shiba, entre outros.
O grande diferencial deste animê, além de se tratar de uma trama policial, é não focar muito em combates de labors, embora ocorram por vezes como no episódio 2 “A Chegada de Kanuka”, mas sim no trabalho e vida dos oficiais. A protagonista Noa tem destaque em vários episódios, mas também são apresentados os dilemas e características dos demais personagens de forma muito interessante, fazendo de Patlabor um título diferenciado entre os animês de mecha.
A série tem poucos episódios divididos em mais de uma parte, sendo a maioria deles tramas fechadas que apresentam as missões diárias dos membros do 2º Comando, focando no cotidiano de uma equipe de policiais real (guardadas as devidas proporções). A mistura de ação, aventura, drama e comédia foram muito bem dosadas pelos roteiristas, ganhando muitos admiradores no Japão até os dias atuais.

Após a série de TV, ainda houve outro OVA de 16 episódios lançado entre 1990 e 1992, chamado como Patlabor: The New Files (Mobile Police Patlabor 2). Ainda foram lançados três longa-metragens em 1989, 1993 e 2002, respectivamente.
Estreou no Brasil em 2001 pelo extinto canal pago Fox Kids, sendo distribuído pela Fox Films do Brasil. Na ocasião, a série foi exibida no bloco Invasão Anime ao lado de outros animês como: Digimon, Medabots, Shinzo, Músculo Total, entre outros.
A dublagem ficou à cargo do estúdio paulista Master Sound, que na época estava estava com excesso de trabalho, terceirizando o trabalho para o estúdio carioca Telecine.
As vozes escaladas foram: Iara Riça (Noa), Felipe Grinnan (Asuma), Eduardo Dascar (Capitão Goto), Mabel Cezar (Capitã Shinobu), Duda Espinoza (Fukuda), Nilton Valério (Sr. Sakaki), Marcelo Sandryni (Shinichi), Philippe Maia (Hiromi), Nestor Chiesse (Gomioka – 1ª voz), Ronaldo Júlio (Gomioka – 2ª voz), José Augusto Sendim ((Matsui), Hermes Baroli (Shiba) e Izabel Lira (Kanuka).
A série possui dois tema de abertura distintos, sendo “Sono mama no Kimi de Ite” dos episódios 1 à 34 e “Condition Green” dos episódios 35 a 47, ganhando versões nacionais interpretadas por Soraya Orenga e Nísia Back, respectivamente. O tema de encerramento intitulado “Midnight Blue”, executado entre os episódios 1 à 34, ganhou uma marcante adaptação em português, interpretada por Nil Bernardes, sendo também o cantor do segundo e último tema: “Paradise no Kakuristu”.
Consta que a série foi adquirida pela TV Globo, mas a emissora nunca a exibiu, ficando restrita ao público que tinha TV paga na época. Por tal razão, não ganhou produtos no mercado brasileiro, nem mesmo lançamento em home video, sendo um animê pouco lembrado atualmente.
[ * ] Bruno César é o criador do
Canal Túnel do Tempo TV e do blog Clássicos na TV.
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::: FICHA TÉCNICA - PATLABOR :::
Título original: Kidou Keisatsu Patoreibaa ~ 機動警察パトレイバー
Estreia no Japão: 11/10/1989 (TV Tokyo)
Total: 47 episódios
Emissora no Brasil: FOX KIDS
Versão brasileira: Master Sound/Telecine
EQUIPE DE PRODUÇÃO
Criação: Headgear
Composição da série: Kazunori Ito Roteiro: Kazunori Ito, Mamoru Oshii, Hiroyuki Hoshiyama, Naoto Kimura, Michiko Yokote, Yutaka Izubuchi e outros.
Desenho de personagens: Akemi Takada
Desenho mecânico: Yutaka Izubuchi
Suporte de desenho mecânico: Yoshinori Sayama
Story-boards: Toshinobu Takizawa, Koji Sawai, Shinji Takamatsu e outros
Trilha sonora: Kenji Kawai
Diretor de arte: Yukihiro Shibuya
Diretor de fotografia: Atsushi Okui Diretores de episódios: Nobuyoshi Nishimura, Akio Takami, Atsuo Tobe e outros Diretor geral: Takayuki Yoshinaga
Produtores: Toru Horikoshi (Nippon Television), Seiji Ishikawa (Yomiuri Advertising), Shin Unozawa (Bandai), Shinji Torisawa (Tohokushinsha), Wataru Akashi (Tohokushinsha), Eiji Sashida (Sunrise)
Cooperação de Produção: Sunrise
Planejamento e Produção: Nippon Television
Produção: Bandai, Tohokushinsha
ELENCO ORIGINAL:
Noa Izumi: Miina Tominaga
Asuma Shinohara: Toshio Furukawa Kiichi Goto: Ryunosuke Ohbayashi Isao Ohta: Michihiro Ikemizu
Shinobu Nagumo: Yoshiko Sakakibara Hiromi Yamazaki: Daisuke Goori Kanuka Clancy: Yo Inoue Shigeo Chiba: Shigeru Chiba Mikiyasu Shinshi: Issei Futamata
Seitaro Sakaki: Osamu Saka
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