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Shozo Uehara - Roteirista de Clássicos

Vida e obra do mais importante escritor de super-heróis para a TV.

Shozo Uehara: Roteirista de O Regresso de Ultraman, Capitão Harlock, Jaspion, Kamen Rider BLACK, Gavan e Sharivan, entre outros personagens

Durante décadas, um roteirista deixou sua marca em todas as franquias de super-heróis de tokusatsu, escrevendo e criando com a rapidez que a TV exige. Shozo Uehara nasceu em 6 de fevereiro de 1937 na cidade de Naha, em Okinawa, na região sul do Japão. Devido à guerra, viveu com sua família um tempo em Taiwan, retornando após o fim do conflito somente para ver sua região devastada.


Na juventude, após terminar a faculdade, passou maus bocados por ter contraído tuberculose, mas conseguiu se tratar com sucesso. Ainda como estudante, passou a aspirar escrever roteiros para filmes.


Durante uma temporada de tratamento médico em sua cidade natal, Uehara conheceu o talentoso escritor Tetsuo Kinjô (1938~76), que havia acabado de entrar no estúdio Tsuburaya Tokugi Productions, fundado em 1963 pelo lendário diretor de efeitos especiais Eiji Tsuburaya (1901~1970). Posteriormente, a empresa foi rebatizada para Tsuburaya Productions, sendo que "tokugi" era um termo similar a "tokusatsu", ou "efeitos especiais". Kinjô sugeriu que seu conterrâneo fosse até a Tsuburaya para também tentar a sorte, pois havia muitas ideias e projetos sendo discutidos na época.


Em Tokyo, ouviu um desafio de Hajime Tsuburaya (1931~1973), que atuava como diretor no estúdio do pai: "Se quer ser um roteirista, ganhe um prêmio primeiro". E foi o que Uehara fez, vencendo pouco tempo depois um prêmio para escritores iniciantes, com um roteiro baseado na batalha e massacre de Okinawa.


Em 1964, Shozo Uehara estreou como roteirista de TV profissional, escrevendo para um programa local de Okinawa. Pouco tempo depois, foi aceito e incorporado ao staff da Tsuburaya Pro, inicialmente como assistente de Tetsuo Kinjô, e recebendo orientações de Shinichi Sekizawa (1920~1992), consagrado roteirista de cinema e um dos colaboradores de Tsuburaya. O mestre de efeitos especiais Eiji Tsuburaya, diferente de muitos donos de estúdio da época, gostava do povo de Okinawa (uma região que não fazia parte do Japão até 1879 e conserva muitas diferenças culturais), não tinha preconceitos e deu a grande chance a dois autores que se tornariam lendários. Tetsuo Kinjô, infelizmente, morreria ainda jovem, mas seu amigo seguiria em frente, tornando-se uma lenda. Vale mencionar que Uehara prestaria uma grande homenagem ao amigo em 1999, ao publicar o livro Tetsuo Kinjô - Ultraman Shima Utá.

Kaijuu Booska

A carreira de Shozo Uehara finalmente começou a decolar na Tsuburaya Pro, participando das primeiras produções do estúdio para a TV. Lá, além de 12 episódios (vários deles em parceria com outros autores) da série infantil do Kaijuu Booska (1966), teve a chance de escrever dois episódios de Ultra Q (1966), mais dois em Ultraman (1966) e onze em Ultra Seven (1967).


Em Seven, o escritor teve uma sinopse de roteiro recusada por absoluta falta de condições do estúdio em produzir. A ideia rejeitada envolvia uma batalha desesperada de Seven e o Esquadrão Ultra contra nada menos que 35 monstros e 15 alienígenas. Acharam impraticável organizar tudo, até porque envolvia trazer de volta inimigos das séries anteriores e muitas fantasias já haviam se perdido.


Em 1969, ele escreveu roteiros para três produções de dorama (as novelas japonesas) e trabalharia em várias outras desse gênero na década seguinte, com uma última sendo roteirizada em 1990. Vale lembrar que a carreira dele foi gigantesca, mas o foco aqui é seu material voltado à cultura pop e a personagens conhecidos no Brasil. Ainda na década de 1960, ele também roteirizou episódios para Kaiki Daisakusen (1968), Chibira Kun (1970) e Unbalance (1973), todas da Tsuburaya Productions.


Para os fãs de Ultraman, Uehara consagrou-se com 20 episódios (de um total de 51) em O Regresso de Ultraman (1971), a obra mais emblemática de seus primeiros anos de carreira, marcada por decisões criativas drásticas que repercutiriam por décadas. Porém, ele estava envolvido na época com o projeto Kamen Rider, que estava sendo conduzido por Toru Hirayama (1929~2013), na Toei Company.


Quando foi chamado para trabalhar na série que traria a marca Ultraman de volta à TV, e sentindo grande débito de honra por Eiji Tsuburaya, falecido em 1970, Shozo Uehara se desligou do projeto com a aprovação de Hirayama (que prezava muito a honra) e partiu para um de seus mais importantes trabalhos.

O Regresso de Ultraman

ULTRAMAN MORRE AO ENTARDECER ~ QUANDO BRILHA A ESTRELA DE ULTRA


Mesclando a fantasia do primeiro Ultraman com a ficção científica e dramas morais de Ultra Seven, O Regresso de Ultraman apresentou uma obra repleta de ação e com contornos dramáticos intensos.


Nessa série, Shozo Uehara chocou o público com uma violenta história que mudou os rumos da produção. O herói Hideki Goh era um personagem mais humano que seus antecessores, com direito a namorada e uma vida social fora das missões. Porém, surgem os vilões chamados Os Poderosos do Espaço, que descobrem sua identidade secreta e resolvem atacar sua parte humana no episódio 37, intitulado "Ultraman morre ao entardecer". Eles matam a namorada de Goh, Akiko (Aki, no original) de modo brutal, espancando-a dentro de um carro e arrastando seu corpo pela rua. E no meio disso, atropelam o irmão mais velho dela, Sakata, que era deficiente físico.


A brutalidade da sequência é impensável numa série atual, ainda mais infantil ou infanto-juvenil e só foi filmada porque não havia ainda o conceito de correção política ou de limites de violência visual. Desesperado e desequilibrado, Goh se transforma e é vencido pelos monstros, sendo levado ao espaço por naves para ser executado.

O Regresso de Ultraman

No episódio seguinte, o icônico "Quando brilha a Estrela de Ultra", quando tudo parecia perdido, surgem Hayata (Ultraman) e Dan Moroboshi (Ultra Seven), que se transformam e salvam o irmão do perigo. A gloriosa (embora rápida) aparição dos dois heróis de séries anteriores ao som de suas músicas-tema foi emocionante e teve um efeito catártico depois de toda a desgraça, brutalidade e desesperança vistas.


A história por trás desse marcante episódio duplo remete a problemas acontecidos nos bastidores. Na época, os atores assinavam contratos por lotes de episódios, pois não se sabia se as séries fariam sucesso para ocupar um ano de programação. Claro que algumas séries são planejadas para um número limitado de episódios, mas a Tsuburaya pretendia uma série de um ano no canal TBS, mas não podia arriscar com contratos longos. Por isso, as renovações normalmente eram feitas a cada 12 ou 13 episódios. Quatro lotes desses formariam um ano de episódios semanais – geralmente entre 50 e 52 no total, a meta idealizada pelos produtores para uma série bem-sucedida. Nisso, a atriz Rumi Sakakibara (Aki) fora convidada para trabalhar em outra produção e, sem saber se renovaria com a Tsuburaya para mais um lote de episódios, acabou aceitando. Quando decidiram renovar seu contrato, já era tarde e a personagem dela deveria ser retirada da série. Não se sabe por qual motivo (se pelo mesmo ou não), Mori Kishida (o irmão dela na série, Sakata) também sairia na mesma época e coube a Uehara dar um fim nos dois, o que foi feito de modo brutal e realista.


No enredo, com o pretexto de observar melhor a extensão do poder do segundo Ultraman, os Poderosos enviam os monstros Marítimo (Seamons) e Estelar (Bemstar), que já haviam dado trabalho ao herói. O que se viu foi uma reciclagem de cenas antigas, o que reforça a ideia de algo feito às pressas. Mas longe de ser uma aventura capenga, o que Uehara fez foi criar o mais impactante arco de histórias já feito numa produção de tokusatsu para TV até aquele momento, superando em drama a famosa crucificação de Ultra Seven anos antes.


Uehara teve problemas com os executivos da TBS, a emissora que exibia a série, saindo na fase final de O Regresso de Ultraman, mas tendo ainda o direito de escrever o episódio final, uma exigência da Tsuburaya.

Silver Kamen

Na sequência de seu desligamento temporário, também assinou 13 roteiros para Silver Kamen (1971), da produtora Senkosha. Aliás, em vários momentos de sua carreira, o autor se viu escrevendo sucessivamente, e algumas vezes ao mesmo tempo, para diferentes séries. Além de talentoso, ele devia ser extremamente organizado e disciplinado.


Então, depois de brilhar em O Regresso de Ultraman, vieram sete episódios em Ultraman Ace (1972) e mais dois em Ultraman Taro (1973). Mas se ele estava fazendo pouca coisa para a Tsuburaya, não quer dizer que estava com a carreira em baixa, muito pelo contrário. Thunder Mask (1972), Totsugeki! Human (1972), Tiger Seven (1973), Ryuusei Ningen Zone (1973), Super Robot Red Baron (1973), Mach Baron (1974) e Denjin Zavorger (1974) foram algumas das séries em que Shozo Uehara trabalhou na época, para diferentes estúdios.


TRABALHANDO COM ANIMÊ

Capitão Harlock

Sendo um autor freelancer, era interessante para ele diversificar sua produção, e foi o que fez ao trabalhar no animê Getter Robo (1974), baseado em mangá de Go Nagai (de Mazinger Z e Cutey Honey). Assinou o roteiro de 26 dos 51 episódios de Getter Robo, conseguindo grande êxito com seu trabalho. Em seguida, veio UFO Robo Grendizer, outra criação de Go Nagai. De grande sucesso, a série é conhecida nos EUA como Grandizer, na França como Goldorack e na Espanha como Goldrake. Dos 74 episódios, Uehara escreveu 21 deles, mais um especial de cinema.


Entre 1978 e 79, Uehara fez uma de suas mais célebres incursões pela área do animê, roteirizando 22 dos 42 episódios de Space Pirate Captain Harlock. O restante da série foi escrito por Haruya Yamazaki (1938~2002), nessa famosa adaptação do mangá de Leiji Matsumoto, o memo autor de Patrulha Estelar - Yamato. Ousado, mas também ciente de suas capacidades e posição respeitada, Uehara introduziu elementos próprios na obra, não se prendendo a simplesmente adaptar o mangá de Matsumoto. Outra participação em uma adaptação de mangá para animê veio em 1984, quando Uehara roteirizou quatro episódios (incluindo os dois primeiros) da série Hokuto no Ken, de Tetsuo Hara.


Mesmo diversificando a atuação com animê e dorama, seu ponto forte sempre foram aventuras contadas em tokusatsu e, como se não bastasse a marca deixada nos Ultras, Shozo Uehara seria ainda mais fundamental em outras franquias e universos ficcionais.

ESQUADRÕES COLORIDOS, HERÓIS METÁLICOS E OUTROS

Gorenger

Mesmo sem contrato de exclusividade, iria ganhar ainda mais destaque na Toei Company, sendo o grande nome do estúdio por quase duas décadas. Trabalhou na adaptação para seriado tokusatsu do mangá Gorenger (1975), de Shotaro Ishinomori (1938~98), que seria o embrião da franquia Super Sentai (e obviamente sua derivada Power Rangers), repetindo a dose com a série seguinte, JAQK (Jakkar, 1977). Foi seu reencontro com o produtor Toru Hirayama, por quem tinha enorme respeito e gratidão.


O escritor ainda faria roteiros para outras criações de Ishinomori, como Robot Keiji (1973), Inazuman (1973), Inazuman F (1974), o robozinho infantil Robocon (1974) e um herói já visto no Brasil, o Machine Man (1984), no qual escreveu os primeiros dois episódios. Com Toru Hirayama na produção, Uehara foi o principal roteirista da versão tokusatsu de Spider Man (1978), um grande sucesso da época.


Quando a Toei Company “se apropriou” das ideias de Ishinomori e estabeleceu o gênero Super Sentai com sua série Battle Fever J em 1979, chamaram Shozo Uehara para garantir o pique das histórias. Na franquia dos heróis coloridos, assinaria roteiros também em Denziman (1980), Sun Vulcan (1981) e Ohranger (1995).

Sharivan, Gavan e Shaider

Mas ele deixaria sua marca novamente na Toei com o icônico herói Uchuu Keiji Gavan (Policial do Espaço Gavan, de 1982), assinando 37 dos 44 episódios. Em Sharivan (1983), foram 41 de 51 episódios e, em Sheider (1984), simplesmente todos os 48 episódios, sendo o responsável pela formatação e consagração da franquia Uchuu Keiji, parte da linhagem Metal Hero.


Uehara assinou 42 das 46 aventuras de Jaspion (1985), onde mostrou muita versatilidade em histórias com desenvolvimento mais livre do que nas antecessoras, que obedeciam a uma estrutura mais rígida nas histórias. Se as séries eram divertidas, com heróis e vilões carismáticos, grande mérito é de Uehara.


A série foi um sucesso de temporada no Japão, não sendo muito lembrada depois de sua exibição original. Bem diferente do que ocorreu no Brasil, onde Jaspion entrou pra História da TV e foi reprisado inúmeras vezes, sendo uma das séries mais cultuadas pelo público nostálgico.


Em Jaspion, Uehara teve que mostrar novamente jogo de cintura e reescrever histórias em cima da hora das filmagens. Acontece que o ator principal Seiki Kurosaki estava envolvido com trabalhos no teatro quando foi escalado para a série e tentava conciliar seus trabalhos. Com receio de prejudicar sua carreira (e conta bancária), Kurosaki conseguiu negociar junto à Toei uma redução de sua carga de trabalho. Por um tempo, Jaspion deveria apenas aparecer transformado na maior parte do tempo, dispensando o ator de várias filmagens. Isso obrigou Uehara a criar um herói humano para ser coadjuvante e ajudar na condução dos enredos.

Boomerman e Jaspion

Nascia então Boomerman (Boomerang), vivido pelo ator e dublê Hiroshi Watari (astro de Sharivan), que fez mais um de seus grande trabalhos como ator de ação. Mas o ator, que havia sofrido um acidente de moto num passeio, tinha pinos na perna que precisavam ser retirados até um certo prazo limite. Isso acabou obrigado a participação de Boomerman a ser reduzida para apenas 6 episódios, retornando posteriormente para mais dois e fechar sua participação, em seguida se preparando para estrelar em Spielvan (1986). Seiki Kurosaki acabou tendo que refazer seus planos para dedicar mais tempo à série e Uehara teve que reajustar vários episódios mais uma vez.


O talentoso okinawano também escreveu a maioria (38 de 44) dos roteiros em Spielvan e o episódio 10 de Metalder (1987), mas seu outro grande destaque na década foi com os primeiros episódios (1 a 4, 12) e o primeiro especial de cinema de Kamen Rider BLACK (1987). Especialmente o primeiro que, dirigido por Yoshiaki Kobayashi, apontou os rumos para a mais sombria série da franquia Kamen Rider até então. Ele iria escrever mais episódios, mas entrou em desacordo com a equipe de produção e achou melhor sair. Em 1994, escreveu o especial de cinema que apresentou Kamen Rider J, herói capaz de ficar gigante, último personagem da franquia supervisionado por Shotaro Ishinomori, que faleceria em 1998. Ainda em 94, Uehara assinaria o roteiro do episódio 35 de Blue SWAT.

DIMINUINDO O RITMO, MAS SEM PERDER A EMOÇÃO


Na segunda metade da década de 1990, Uehara já teria um ritmo de produção menor, já entrando em clima de aposentadoria. Em 1996, a série Ultraman Tiga fez renascer o interesse do grande público pela franquia Ultra e o clima era de total renovação. Passada em um universo paralelo, Tiga não fazia menção à existência dos Ultras clássicos, até o episódio 49 que teve Uehara como roteirista convidado.


Em "A Estrela de Ultra", descobre-se que no mundo onde se passa a história de Tiga, Ultraman é um seriado de TV. Em uma aventura com viagem no tempo, o protagonista Daigo vai parar no próprio estúdio Tsuburaya na década de 60, que se preparava para uma nova produção envolvendo monstros e um novo tipo de super-herói.

Ultraman Tiga e Ultraman

Com grandes sacadas, Shozo Uehara homenageou seus velhos amigos do início de carreira, especialmente o diretor Eiji Tsuburaya, que acreditou em seu trabalho. Depois, ainda faria um roteiro para o episódio 45 de Ultraman Dyna (1997), que deu destaque ao personagem do oficial Seiji Miyata, vivido por Hiroshi Tsuburaya (1964~2001), neto de Eiji, filho de Hajime e astro de Shaider.


Outros trabalhos para a Tsuburaya em sua fase de semi-aposentadoria incluem quatro episódios de Ultra Q: Dark Fantasy (2004) e dois episódios de Ultraman Max (2005).


Em 2007, a série filipina Zaido apresentou uma não-oficial e não-canônica, porém autorizada, continuação de Shaider, onde um descendente do herói luta contra o clã maligno Kuuma. Uehara participou da equipe de criação e roteiro dessa obscura produção, dando ao menos alguma fidelidade ao trabalho, já que Shaider foi um seriado que ele escreveu do início ao fim. Autor versátil, acabou também fazendo letras de algumas músicas, incluindo o segundo encerramento de Spielvan.


Seu trabalho foi celebrado em 2009, quando completou 50 anos de carreira. Em julho daquele ano, saiu o livro Shozo Uehara - Scenario Selection, com 50 roteiros transcritos, dentre mais de mil produzidos.


UM LEGADO ETERNO


Uehara, conforme dito, era natural de Okinawa, região ocupada como base militar americana após o massacre ocorrido lá no final da Segunda Guerra Mundial e era contra a presença americana lá. Como seu amigo e conterrâneo Tetsuo Kinjô, conheceu o preconceito contra okinawanos que existia no Japão de seu tempo, e inseriu em sua obra mensagens contra todo tipo de discriminação, bem como apelos à paz e o encorajamento a pessoas que sofrem injustiças.


Suas obras também refletiam um inconformismo com a maldade, egoísmo e ganância das pessoas; e mostravam como o heroísmo pode superar desafios, destacando a força de um indivíduo com senso de justiça e solidariedade.

Shozo Uehara: Uma vida intensa e brilhante

Politizado e com fortes posturas éticas e morais, Uehara não prezava apenas o entretenimento, pois suas histórias apresentavam comentários sociais e traziam mensagens sobre valores e amadurecimento. Ele também era um cristão católico, e isso se refletiu algumas vezes em sua obra, como a presença de elementos cristãos no enredo de Jaspion. Versátil, era capaz de improvisar e alterar histórias rapidamente, de acordo com as características e necessidades de cada produção. Transmitia mensagens fortes sem soar panfletário, e nunca perdia o foco no desenvolvimento de tramas e personagens.


Em 2018, já aposentado como roteirista, foi premiado por seu segundo romance literário, Kimujina Kids. De certa forma, foi um reconhecimento pela qualidade de seu texto, sua criatividade e a força de suas mensagens.


O grande mestre faleceu em 2 janeiro de 2020, vítima de câncer. Em todo o mundo, fás prestaram homenagens ao mais importante escritor de séries japonesas, e que deixou sua marca em incontáveis obras.


Tendo escrito e formatado séries inteiras, nunca foi considerado mundo afora um dos grandes criadores do mundo do tokusatsu e muito menos da cultura pop japonesa. Porém, não é exagero dizer que ele foi um dos maiores e mais importantes dentre todos os autores. Fica aqui uma homenagem a esse profissional que divertiu gerações inteiras escrevendo e reescrevendo histórias ágeis e dinâmicas dentro de prazos curtos e com muito profissionalismo e criatividade.

Gavan, Sharivan, Shaider, Jaspion e Spielvan

::: E X T R A :::


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